quinta-feira, 12 de junho de 2014

ARTUR DA TÁVOLA - Dia dos Namorados

Já é Dia dos Namorados, e a seguir, onde escrevi "namorado", leiam também "namorada", pois me refiro ao estado de "enamoramento", seja homem ou mulher. 

Namorado (ou namorada) é:
um estado especial, uma espécie de vertigem com gosto de chegada à lua misturado com refresco de pitanga; nossa melhores expectativas; a fôrma do nosso exato modelo; o cheiro e gosto de pele das indefiníveis atrações vindas não se sabe de que encarnações;

É o estado de sentir antes de qualquer encontro todas as suas descobertas, mesmo as impossíveis, pouco importa se entre casados, solteiros, noivos, viúvos ou namorados mesmo; no trono dourado de uma fantasia, lembrança, amargura, saudade doce, breve recordação ou vivência nunca morta; feixes de luz.

São as luzes das partes nossas que nunca alcançamos; das vontades que não satisfizemos nem satisfaremos; dos sentimentos que jamais envelheceram; dos sonhos que negam-se a apagar, porque deles se nutre nossa a ânsia de viver, num mundo onde os namoros são a prova de que as pessoas estão ávidas para o encontro mais profundo com o que são e gostariam de trocar.

Namorado não é quem assim se denomina, como se namorar fosse o começo de uma escala hierárquica que depois continua com noivado e casamento. Namorado é o noivo, o marido, o amante, o tímido desejoso, o fiel impossibilitado, o infiel aturdido, o frustrado, o reprimido, sempre que neles se riscar o fósforo da verdade e acender a luz de sua vontade.

Namorado é o ser humano em estado de amor. 

 

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