ROMA - Sushi Lolipops, Kobe Beef Hamburguers, Seafood Napoleon, Lava Crab, Disco Schrimp. Escondida em menus com nomes curiosos e pratos de aparência atraente, a experiência da boa mesa aportou nos principais ancoradouros de Europa, Américas e Caribe. A bordo de navios que oferecem cruzeiros de luxo, longe se vai o tempo que viagem em alto mar significava encarar, entre uma parada e outra em terra, restaurantes em estilo refeitório, com cardápio continental para atender a passageiros de várias nacionalidades. Os grandes espaços e menus elásticos ainda estão lá, repaginados e mais modernos, mas os navios exploram agora outros nichos, da cozinha experimental ao menu saudável.
O navio tem piscinas e jacuzzis ao ar livre e cobertas, spa, academia, shopping, cassino, teatro, boate, biblioteca, creche, lounges para todos os gostos e intenções... Mas andar pelos corredores decorados em estilo contemporâneo do Silhouette é antes de tudo uma tentação ao paladar.
O menor pecadinho são as ilhas de autosserviço de café e chá que os hóspedes podem usar à vontade. Uma delas fica estrategicamente posicionada num lounge de dois andares, no sétimo e oitavo andares do navio, batizado The Hideaway, espaço decorado com poltronas imensas. O charme da decoração fica por conta de duas "casas na árvore", espaços para ler um livro, ouvir uma música, navegar na internet ou namorar. A perdição, porém, fica dois andares abaixo. Chamado de Deque do Entretenimento, o quinto piso reúne quatro dos cinco restaurantes de especialidades do navio, uma cafeteria, um bistrô, uma gelateria, uma wine house e um clube da cerveja, em ambientes de decoração elegante e requintada.
No Café al Bacio & Gelateria, mistura de cafeteria e patisserie, pequenas esculturas de açúcar, cremes e frutas enfileiradas nas vitrines seduzem quem passa por ali atrás de um tradicional expresso curto italiano. Alguns passos adiante, outro balcão ostenta uma variedade cruel de gelattos. Enquanto isso, do outro lado do corredor, o Bistro on Five é uma opção de refeição leve nos finais de tarde, com crepes, sopas e saladas.
No quinto andar também ficam quatro dos cinco restaurantes criados para surpreender na proposta culinária e na decoração. Se a ideia é não exagerar, optando por um menu de ingredientes orgânicos e leves, a alternativa é o Blu. Alguns dos pratos mais interessantes no cardápio são o Seafood Napoleon, uma salada de camarões, vieiras e folhas; o Pan Seared Pacific Salmon, um salmão grelhado sobre leito de lentilhas verdes em emulsão de limão; e o Vine Ripened Tomato Cucumber Gazpacho. Todos servidos gelados.
Logo ao lado, com uma seleção de massas, frutos do mar, steaks e saladas, o Tuscan Grille namora com a culinária italiana. É por ali que se pode degustar a melhor massa a bordo: o Cannelloni Ripieni di Melanzane, feito de finíssimas fatias de berinjela grelhada com recheio de queijo de cabra, pimenta vermelha, molho de tomate e manjericão. Outra pedida imperdível é a Bisteca Tartare, temperada com mostarda Dijon, alcaparras, salsinha, cebola, queijo parmesão e vinagrete de pimenta-do-reino, acompanhada de chips de batata.
A opção pela variedade gastronômica, explica Daniel J. Hanrahan, CEO da Celebrity Cruises, já era uma tônica nos navios da classe Solstice, mas foi levada ao extremo no Silhouette.
- Desde que lançamos a classe Solstice queríamos fazer cruzeiros mais modernos e focados na gastronomia - diz. - O objetivo é propor uma experiência de alta gastronomia e surpreendente.
A tradução mais literal dessa gastronomia surpreendente atende pelo nome de Qsine. Nele, o cardápio chega às mesas em iPads. É a porta de entrada para uma proposta de culinária interativa. Os pratos são dispostos em pequenas porções, para que os clientes possam partilhá-los. O pedido pode também chegar à mesa de maneira inesperada, piscando como o Disco Schrimp (cubos de camarão sobre folhas e abacate), servido sobre um bowl cheio de gelo e pequenas luzes de LED. Parecendo um pequeno ninho de passarinho, um bolinho de carne de caranguejo, chamado Lava Crab, é servido com molho de lagosta. Simples e saboroso. Flertando com o mundo infantil, o sushi da casa ganha ares de pirulito e não poderia ter nome melhor: Sushi Lolipop.
Perto dali, a experiência mais sofisticada fica por conta do Murano e seu salão requintado, com cristais e louças finas, e cardápio de sabor mais forte. Um exemplo? O Loup de Mer, um bacalhau com molho de pimenta vermelha, crisp de berinjela grelhada e xarope de vinagre balsâmico.
O navio tem ainda dois grandes restaurantes para atender a um número maior de passageiros ao mesmo tempo: o Grand Cuvee Dining Room, o principal do navio, com 1.428 lugares; e o Oceanview Café & Bar, aberto 24 horas para café, almoço e jantar. Para um café da manhã ou almoço casual, há ainda o Porch, com sanduíches e saladas ao lado do gramado. Junto ao conjunto de piscinas, o Mast Grill & Bar faz grelhados a pedido. E no Solarium, uma área de piscinas e jacuzzis cobertas, próxima ao spa, o AquaSpa Café é a alternativa de cardápio mais leve. À noite, o Ensemble Lounge é um dos lugares mais intimistas, onde um aperitivo, boa conversa e música instrumental se encontram. Logo ao lado, o Michael's Club tem outra pegada: uma ampla geladeira expõe mais de 60 tipos de cervejas do mundo inteiro, algumas artesanais.
No Lawn Club Grill, o passageiro pode participar do preparo da refeição. Num ambiente despojado, ele escolhe a carne e os acompanhamentos que serão temperados e grelhados pelo chef. Vizinho de um gramado natural de dois mil metros quadrados, o restaurante tem uma bancada onde o cliente pode ainda preparar pizzas. Quem quer mesmo sentir o gostinho de ser VIP pode esperar pela refeição numa das oito pequenas cabanas espalhadas pelo gramado, que comportam até quatro pessoas em lounges confortáveis disponíveis para aluguel. Ali, os passageiros podem escolher cestas de piquenique a partir do menu dos restaurantes. Fecham o tratamento diferenciado mimos como frutas, leques, toalhas geladas, garrafas de água e iPads carregados com músicas, filmes, jogos e revistas.
Novidade entre os navios da classe Solstice, estes espaços, chamados de "alcovas", segundo o diretor para América Latina, Brasil e Caribe da Royal Caribbean, Ricardo Amaral, foram uma evolução ao hábito de passageiros de fazerem piqueniques em gramados de navios:
- As pessoas faziam mesmo. Então evoluímos a ideia. É um costume charmoso que transportamos dos parques para o navio - explica.
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