Quando chega, não pede licença e, quando menos se percebe, já está instalado feito posseiro, dono do corpo e da alma de quem dominou.
Tudo o que o amor toca, se transforma como se houvesse sido atingido pela varinha de condão da mais poderosa fada do universo. E nesta mágica revolucionária de que só este sentimento é capaz, bandidos se transformam em mocinhos, covardes em heróis, velhos em crianças, ateus em crédulos e insensíveis em corações derretidos que se abrem feito o sésamo de Ali-Babá. O amor é tão diferente de tudo, que quanto mais se conheça dele, mais ele espanta e amedronta. O amor, o bichinho danado e traidor, só deixa aparecer seu lado bom. Todas as interrogações se transformam em promessas e todas as dúvidas tomam jeito de esperanças.
O mundo fica mais amigável, e a gente sente vontade de afagá-lo inteiro num só abraço........ e como o primeiro amor é favo doce, que a gente pensa poder engolir todo de uma só vez, sem se arriscar nem a uma dor de barriga, nunca em nenhuma das outras situações que a vida oferece, ninguém consegue se sentir mais potente.
Mas quando o amor foi experimentado, deixou de existir e surge de novo, ao invés da primeira experiência servir para nos fazer mais fortes e seguros, é justamente ela que nos dá a consciência da vulnerabilidade e da fragilidade que este sentimento impõe a todos os que atinge.
O amor é assim mesmo: o mais democrático dos sentimentos.
Vence todas as diferenças, une todas as distâncias, iguala todos os seres humanos.
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