quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

ARTHUR DA TÁVOLA - O Amor

O amor, este bacilo invisível e incontrolável, pelo qual raros são os que não se deixam contagiar, tem poderes inimagináveis.

Quando chega, não pede licença e, quando menos se percebe, já está instalado feito posseiro, dono do corpo e da alma de quem dominou.

Tudo o que o amor toca, se transforma como se houvesse sido atingido pela varinha de condão da mais poderosa fada do universo. E nesta mágica revolucionária de que só este sentimento é capaz, bandidos se transformam em mocinhos, covardes em heróis, velhos em crianças, ateus em crédulos e insensíveis em corações derretidos que se abrem feito o sésamo de Ali-Babá. O amor é tão diferente de tudo, que quanto mais se conheça dele, mais ele espanta e amedronta. O amor, o bichinho danado e traidor, só deixa aparecer seu lado bom. Todas as interrogações se transformam em promessas e todas as dúvidas tomam jeito de esperanças.

O mundo fica mais amigável, e a gente sente vontade de afagá-lo inteiro num só abraço........ e como o primeiro amor é favo doce, que a gente pensa poder engolir todo de uma só vez, sem se arriscar nem a uma dor de barriga, nunca em nenhuma das outras situações que a vida oferece, ninguém consegue se sentir mais potente.

Mas quando o amor foi experimentado, deixou de existir e surge de novo, ao invés da primeira experiência servir para nos fazer mais fortes e seguros, é justamente ela que nos dá a consciência da vulnerabilidade e da fragilidade que este sentimento impõe a todos os que atinge.

O amor é assim mesmo: o mais democrático dos sentimentos.
Vence todas as diferenças, une todas as distâncias, iguala todos os seres humanos. 
 

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