Eu, o eu principal, o verdadeiro eu, sou aquele que conduz o eu grandalhão ao banheiro, ao espelho, que pensa e ordena o que o eu casca vai fazer, qual será seu próximo movimento.
Eu sou aquele que julga o que é certo ou errado, sou aquele que vez por outra se desarmoniza com o bonitão que me conduz. Ele às vezes quer uma coisa e até concordo, mas depois compreendo que o oposto é o melhor, outras vezes cedo às pressões desse camarada que, por vezes, insiste e persiste em errar.
O eu falso sente frio, fome, calor, dor, sono…
O verdadeiro sente saudade, medo, alegria, tristeza, arrependimento e uma dor diferente da dor que o outro sente, é uma dor muito mais aguda.
A simbiose é perfeita, um depende do outro. O verdadeiro depende do falso, pois o falso possui algumas limitações, algumas fraquezas que são necessárias para o engrandecimento do autêntico.
Eu, o verdadeiro, sou o que estou redigindo esta página, mas o outro está dificultando minha capacidade de raciocinar e de enxergar, os olhos desse brutamonte fracote já estão pregando. É! Não vai dar para terminar, vou ter que colaborar, afinal eu preciso de suas mãos para redigir o texto, mas ele está muito cansado.
Como eu dependo dele, tenho que colaborar e, aproveitando que ele vai dormir, vou dar umas voltas por aí, quem sabe até o Alasca ou Cazaquistão, mas sempre atento com meu camarada, que ainda vai levantar de madrugada para urinar.
Dualize-se.
Dualize-se.
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