sexta-feira, 29 de junho de 2012

BRECHÓ EM PARIS VENDE ROUPAS A QUILO

"Quero um quilo de calças, três quilos de saia e cinco quilos de jeans, por favor". Já imaginou como seria comprar roupa assim? Pois abriu no Marais, em Paris, um brechó que funciona mais ou menos dessa maneira. Em vez de pedir no balcão, no entanto, escolhe-se as roupas e paga-se pelo quilo delas. As carteiras de couro, por exemplo, custam 12,10 euros/Kg e os jeans, 20 euros/Kg. A Kiloshop Paris, nome da loja, fica na rue de la Verrerie.


terça-feira, 19 de junho de 2012

MARCIA TIBURI - Lembrar é essencial

O homem é o animal que lembra. Podemos dizer isso tendo em conta que não haveria, de um modo geral, a cultura, sem o trabalho da memória. Definir o que é a memória, porém, não é fácil. Os cientistas tentam explicá-la afirmando seu funcionamento físico-químico em nível cerebral. Os historiadores criam suas condições gráficas por meio de documentos e provas, definem, com isso, uma linguagem compreensível sobre o que ela seja: o que podemos chamar de “campo da memória”. Os artistas e escritores tentam invocar seus subterrâneos, aquilo que, mesmo sem sabermos, constitui nosso substrato imagético e simbólico. Mas o que é a memória para cada um de nós que, em tempos de excesso de informação, de estilhaçamento de sentidos, experimenta o fluxo competitivo do cotidiano, a rapidez da vida, como se ela não nos pertencesse? Como fazemos a experiência coletiva e individual da memória? É possível lembrar? Lembrar o quê? Devemos lembrar?
Se esta pergunta é possível, a contrária também tem validade: haverá algo que devamos esquecer?

A memória é um enigma.
Para os antigos gregos Mnemósyne era a deusa da memória, a mãe das nove musas que inspiravam os poetas, os músicos, os bailarinos. Seu simbolismo define que a memória precisa ser criada pelas artes. Numa civilização oral como foi a grega nada mais compreensível do que uma divinização da memória. A memória é a mãe das artes, tanto quanto nelas se reproduz, por meio delas é que mantém sua existência. Por isso, ela presidia a poesia, permitindo ao poeta saber e dizer o que os humanos comuns não sabiam. Que a memória seja mãe das musas significa que a lembrança é a mãe da criatividade. Mas de que lembrança se está tratando?
Para além da mitologia, na filosofia, distinguiam-se dois modos de rememoração: Mneme, espécie de arquivo disponível que se pode acessar a qualquer momento e Anamnese ou a memória que está guardada em cada um e que pode ser recuperada com certo esforço. A primeira envolve um registro consciente, enquanto a segunda manifesta o que há de inconsciente na produção de nossas vidas, ou seja, o que nos constitui sem que tenhamos percebido que nos aconteceu, que se forjou por nossa própria obra.

A memória era a deusa que permitia a conexão com os mortos, com o que já foi, com o que poderia ter sido, com o que, para sempre, não mais nos pertence desde que, com ele, não partilhamos o tempo.

Quando esquecer é uma culpa mal-resolvida
O atual modo de vida, pleno de elementos descartáveis, não privilegia a memória. O que se chama “consumismo” tem relação direta com o abandono e o descaso com a memória. Descarta-se tudo, de objetos de uso doméstico a amigos, de roupas a amores. O projeto ecologista da reciclagem é, de certo modo, um trabalho de memória. Na apressada vida urbana vige a regra de que tudo passa, o encanto pertence apenas à novidade, tudo vira lixo instantaneamente. A fungibilidade, a capacidade de trocar, é universal. Se tudo o que existe deve ser descartado, significa que sua existência não faz muita diferença. Esquecer assim, ou elevar o esquecimento a esta lei, é algo perverso.
Este gesto tem, porém, uma estranha e maléfica compensação. Numa cultura em esquecer é a lei, ressentir é inevitável. O ressentimento é a incapacidade de esquecer, impossibilidade de deixar de lado, de abandonar o verdadeiro lixo, ou, em outros termos, o passado com o que, nele, foi espúrio. Ressentimos porque não somos capazes de ver além, carregamos o sofrimento como gozo, ou seja, como o que, contraditoriamente, nos faz bem.

Por outro lado, o ressentimento é movido pela culpa de ter abandonado algo que, injustiçado, tempos depois, reclama sua volta. O ressentimento é um mal por ser fruto da culpa. A culpa, por sua vez, é como uma doença contagiosa da qual a humanidade inteira foi vítima, e ainda é, enquanto não aprende a compreender e aceitar suas próprias escolhas. A esta capacidade chama-se hoje responsabilidade. Mas mesmo com a responsabilidade é preciso tomar cuidado para que ela não seja um mero disfarce da culpa que ainda não eliminamos. Responsabilidade só é possível quando há solidariedade. Quando nos responsabilizamos não apenas por nossas vidas e atos, mas percebemos que somos apenas parte da vida e que muitas de nossas escolhas são coletivas.

Vantagens da memória e do esquecimento
Nietzsche, filósofo que morreu em 1900, dizia que a memória tinha vantagens e desvantagens na vida. É certo que quem quiser viver bem, quem almejar de algum modo ser feliz, deverá provar o equilíbrio entre lembrar e esquecer. Temos, neste momento, um problema de distinção: o que devemos esquecer, o que devemos lembrar? Na busca de um meio termo, mais vantajoso será guardar o que nos traz bons afetos, ou alegria e descartar o que nos traz maus sentimentos, ou tristezas. Motivos para a infelicidade não faltam a quem quiser olhar para a história humana e a história pessoal. Mas enquanto a memória histórica nos faz bem, pois nos mostra o que se passou para chegarmos até aqui, a memória pessoal faz o mesmo, mas ela só tem sentido se conectada à memória coletiva. Para poder buscar a alegria de viver é preciso olhar para a frente, para o futuro e reinventar a vida a cada dia. É esta invenção do presente que nos dará, no futuro, um passado do qual tenhamos prazer em lembrar. Viver do passado ou no passado, só prejudica o presente no qual, elaboramos o que será amanhã o passado.

Esquecer com criatividade
Diante do trauma, da lembrança que ficou recalcada em substratos profundos de nossa inconsciência, que define o ser e o agir sociedades inteiras, como o que foi vivido em catástrofes como a nazista, a do Vietnã, a da colonização e escravização no Brasil, e tantas que conhecemos nas vidas pessoais e familiares, esquecer torna-se um remédio contra o sofrimento. Mas esquecer não é apagar o que se viveu de modo abstrato, muitas vezes é justamente pela “rememoração” que nos lembramos. Por isso, contar histórias, fazer arte, ou seja, deixar-se levar pelas musas, continua sendo a melhor saída. A vida criativa é a única que evita o mau esquecimento e, por outro lado, a má lembrança que é o ressentimento.


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ARNALDO JABOR - As 'coisas-zumbis' têm vida própria

Antigamente tínhamos um norte, ilusório ou não. Hoje, vivemos numa permanente incerteza que tentamos deslindar com mecanismos antigos. O colunista ou comentarista se empoleira num pódio de opiniões e fica deitando regras. Como eu, hoje em crise.

E aí? Qual é essa de um sujeito ficar dizendo o que acha certo ou errado na Paisagem? Fico falando na TV,escrevendo nos jornais, tentando ser relevante, tentando salvar alguma coisa que nem sei o que é. Salvar o quê?

Antigamente, era mole. O mal era o capitalismo e o bem era o socialismo. Agora,os intelectuais, caridosos de carteirinha, cafetões da miséria, santos oportunistas estão em pânico, pois não conseguem pensar sem almejar alguma forma de 'totalidade'.

Mas,isso acabou. As coisas estão controlando os homens. As coisas tomaram o poder e nós, seus escravos, criamos nomes: 'neoliberalismo, esquerdismo, nacionalismo', um reducionismo apressado para nos dar a ilusão de controle. Mas, hoje, a marcha das coisas zumbis já começou.

Diante dessa invasão dos vampiros de mercado e da tecnociência incontrolável, o pensamento ‘progressista’ ficou lamentoso, tristinho de tanto absurdo, tanto na guerra internacional como no caos brasileiro. De que adiantam os queixumes?Como falar em democracia com muçulmanos analfabetos que desde o século 8.º batem a cabeça nas pedras para exorcizar qualquer ‘perigo’ de liberdade, repetindo mantras do Corão, enquanto, do outro lado, os caretas republicanos competem para ver quem é mais reacionário e escolhem esse Romney a repetir mantras da Bíblia fundamentalista? É terrível ver a vitória das religiões sobre a razão, é feio ver o século 21 começando na Idade Média, com bilhões de seres dominados por Alá, combatidos pelo Deus da indústria de armas. O homem bomba matou o Eu.

Surge no horizonte da crise uma nova 'razão irracional' (se é que o oximoro é possível), pois vemos a direita crescer no mundo, junto a uma esquerda cada vez mais neoestalinista, uma razão burra e organizada, fascistoide, principalmente na América Latina.

O problema é que não conseguimos abrir mão do "eu", do desejo de ser um profeta ou professor ou comandante, tanto no pensamento, na política e nas artes. E,no entanto,vemos que o mundo se move como uma máquina própria. Os indivíduos viraram apenas uma peça ínfima que às vezes dispara novas rotas para as catástrofes. O "eu" virou um privilégio para poucos. Hitler foi um "eu" que encarnou o rancor nacional da Alemanha. Décadas depois, Osama foi um novo "eu" para atacar a modernização do Ocidente, supremo pavor (e desejo) do Islã. Do outro lado, Bush arrasou a América e o mundo. Dois psicopatas mudaram o tempo. Achávamos que tudo se moveria pelas grandes forças socioeconômicas e acabamos mudados por um maluco religioso e um imbecil alcoólatra. O mal difuso elege apenas seus operadores.

E no meio, entre o indivíduo e a massa, respira a liberdade como um bicho sem dono, a 'liberdade' - essa coisa que nos provoca tanta angústia. Que liberdade? Contra um mal teórico ou a favor de um bem inapreensível? A único consolo que resta ao "eu" é o narcisismo como moda social, a acumulação de riquezas, charmes e ilusões. É o nascimento do eu-boçal. Seria o eu-burguês, ou eu-Miami. Ou então, o 'eu' como uma espécie de prêmio para quem furar o muro do anonimato, para quem conseguir criar um eu fantasioso, um eu excêntrico, um eu que mostra a bunda,um eu de silicone ou um eu-big brother. O indivíduo está cada vez mais ridículo.

Quem fala debaixo dessas duas letrinhas: o "Eu"? Quem foi que inventou essa voz, esse brado que soa de dentro de um organismo, a partir do qual o mundo é contemplado, o que é essa voz cheia de certezas, quem são esses corpos opinativos que se pensam diferentes, mas são produzidos em série? Eles pensam:" Eu quero ser inconformista como todo mundo..." O eu dos intelectuais está humilhado...

Há um grande desânimo de pensar, de escrever,de análises sobre algo morto e inevitável e que já foi decidido. Refletir, fazer obras de arte, pra Quê? Sem alguma esperança não há filosofia.

O eu está sem orgulho, inútil. E aí,volta minha crise do início deste artigo deprimido (quem aguentou ler até agora?): como analisar racionalmente um país num tempo em que ninguém comanda? Não dá. Tenho de utilizar novos conceitos para isso. Tenho de me conformar que não há mais solução para muitos problemas. Nem para o terrorismo,nem para a miséria e seus crimes. Nem na guerra, nem no tráfico de São Paulo, por exemplo. Está tudo incorporado ao arquivo morto da História. Acabou o sonho de um futuro harmônico. O século 21 vai ser uma bosta mesmo. 


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NELSON MOTTA - Música, dança e silêncio

Quando o velho gramofone deu lugar aos novos tocadiscos, na virada dos anos 20, a festa começou. O lugar do gramofone era a sala de casa, onde as famílias se reuniam para ouvir ópera e música clássica. Com as vitrolas e os discos de galalite, muito mais práticos e com melhor qualidade sonora, a música gravada se tornou popular. E foi para as ruas, para os salões e para galpões transformados em pistas de dança, onde, atrás das cortinas, tocavam as “orquestras invisíveis”. Daí para as raves e os bailes funk foi um pulo.

A partir dessas ilusões sonoras as festas viraram trabalho para muita gente, se tornaram um negócio, um hábito de consumo de receita infalível: música, bebida e dança para todos os gostos e bolsos. Da favela aos clubes chiques, dos bares bagaceiros aos salões elegantes, a indústria festeira cresce sempre, até mesmo em tempos de crise, quando há pouco a celebrar, e por isso mesmo ela é mais urgente.

E como não há festa sem música, é desse encontro de interesses que vive e cresce a musica dançante. É nas pistas da noite que acontecem as modernas formas da ancestral “dança do acasalamento” dos documentários de National Geographic. Muita gente diz que ama a dança pela dança e a ela se entrega com paixão, mas desde os cabarés, os dancings, as boates, discotecas, danceterias, raves e bailões, ela e a música não são a principal motivação das festas.

São o cenário, a oportunidade e a trilha sonora para ver e ser visto, para dar uns beijos, ficar com, ou pegar alguém.

Se para dançar a música é uma solução, para fazer ambiente é um problema.

Como bem disse Chico Buarque, se ela é boa, distrai a atenção e atrapalha a conversa, e se é ruim … então para que ouvir? A cada salto tecnológico, a música adquiriu novas funções. Hoje está em toda parte, no ar, nas ruas, nos celulares e laptops. E o silêncio nunca foi tão valorizado.

Apesar de todo o meu esforço e de muitas horas de trabalho, sorry leitores, mas sinceramente acho que esta crônica ficou meio boba. Quanto sacrifício para não falar, provavelmente impropérios e grosserias, sobre as paixões eleitorais.


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segunda-feira, 18 de junho de 2012

COMO SURGIU A EXPRESSÃO POPULAR “UAI” DOS MINEIROS?

Segundo a professora Dorália Galesso, foi o presidente Juscelino Kubitschek que a incentivou a lhe pesquisar a origem da expressão mais popular do estado de Minas Gerais. Depois de exaustiva busca nos anais da Arquidiocese de Diamantina e em antigos arquivos do Estado de Minas Gerais, Dorália encontrou a explicação.

Os inconfidentes Mineiros, patriotas, mas considerados subversivos pela Coros Portuguesa, comunicavam-se através de senhas, para se protegerem da polícia lusitana. Como conspiravam em porões e sendo quase todos de origem maçônica, recebiam os companheiros com as três batidas clássicas da Maçonaria nas portas dos esconderijos. Lá de dentro, perguntavam: quem é? E os de fora respondiam: - UAI

Eram as iniciais de União, Amor e Independência. Só mediante o uso dessa senha a porta seria aberta aos visitantes.

Conjurada à revolta, sobrou a senha, que acabou virando costume entre os mineiros. A gente de Minas Gerais assumiu a simpática palavrinha e, a partir de então, a incorporaram ao vocabulário popular.
Fonte: Jornal Correio Brasiliense


Em seu comentário, nesta postagem, o leitor Gabriel Da Fonseca (leia abaixo nos comentários) escreve que essa explicação não é verdadeira, segundo ele:

"... A expressão UAI é nada mais que uma coincidência fonética da palavra WHY "porque" em inglês, que tem pronúncia semelhante) adotada pelos grupos mineiros que trabalhavam junto aos ingleses na construção das estradas de ferro. Prova ainda mais concreta é que UAI desde sempre tem um tom questionamento, de dúvida. Perceba também o comum SÔ que acompanha o UAI (UAI SÔ) derivado de WHY SIR".



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segunda-feira, 11 de junho de 2012

CÉREBRO COMPORTA NO MÁXIMO 150 AMIGOS, DIZ ESTUDO.

Ter amigos só traz benefícios. Quanto mais, melhor. Mas há um limite. Um estudo feito na Universidade de Oxford comparou o tamanho do cérebro humano, mais precisamente do neocórtex (área responsável pelo pensamento consciente), com o de outros primatas. Ele cruzou essas informações com dados sobre a organização social de cada uma das espécies ao longo do tempo. E chegou a uma conclusão reveladora: 150 é o máximo de amigos que uma pessoa consegue ter ao mesmo tempo.

Para que você mantenha uma amizade com alguém, precisa memorizar informações sobre aquela pessoa (desde o nome até detalhes da personalidade dela), que serão acionadas quando vocês interagirem. Por algum motivo, o cérebro não comporta dados sobre mais de 150 pessoas. Os relacionamentos que extrapolam esse número são inevitavelmente mais casuais. Não são amizade. Outros pesquisadores foram além e constataram que, dentro desse grupo de 150, há uma série de círculos concêntricos de amizade: 5, 15, 50 e 150 pessoas, cada um com características diferentes.

O curioso é que esses círculos já haviam sido mencionados por filósofos como Confúcio, Platão e Aristóteles – e também estão presentes em várias formas de organização humana. Na Antiguidade clássica, 5 já era considerado o número máximo de amigos íntimos que alguém poderia ter. Tirando o futebol, 12 a 15 pessoas é a quantidade de jogadores na maioria dos esportes coletivos.

Cinquenta é o número médio de pessoas nos acampamentos de caça em comunidades primitivas (como os aborígenes da Austrália, por exemplo). Cento e cinquenta é o tamanho médio dos grupos do período neolítico, dos clãs da sociedade pré-industrial, das menores cidades inglesas no século 11 e, até hoje, de comunidades camponesas tradicionais como os amish (que dividem uma comunidade em duas quando ela ultrapassa as 150 pessoas). 

Os 150 podem, inclusive, ser a chave do sucesso profissional. Como no caso da Gore-Tex, uma empresa têxtil americana que se divide (e abre uma nova sucursal) cada vez que seu número de funcionários passa de 150 pessoas. A vantagem disso é que todos os empregados se conhecem, têm relações amistosas e cooperam melhor.

 “As coisas ficavam confusas quando havia mais de 150 pessoas”, explicou o fundador da empresa, William Gore, numa entrevista concedida alguns anos antes de morrer, em 1986. E a aposta nesse modelo de organização deu certo. A Gore-Tex virou uma multinacional com US$ 2,5 bilhões de faturamento anual – e é apontada pela revista Fortune como um dos 100 melhores lugares para trabalhar desde que esse ranking começou a ser compilado, em 1984.
Mas, mesmo com tantos exemplos práticos, ninguém sabe explicar por que nosso limite de amizades é de 150 pessoas. Para os cientistas, foi como o cérebro conseguiu construir e administrar o que viria a se tornar, ao longo do tempo, o bem mais importante da espécie humana: a rede social.

Amizade, um círculo finito.
O cérebro comporta no máximo 150 amigos, divididos em grupos:

Íntimos
5 amigos – São os íntimos, com quem você mais fala – e não hesitaria em ligar de madrugada ou pedir dinheiro emprestado. Para Aristóteles, 5 era o número máximo de amigos verdadeiros.

Grupo de empatia
15 amigos – São pessoas bastante importantes para você – se alguma delas morresse amanhã, você ficaria muito triste. Este grupo pode incluir gente do trabalho ou amigos de amigos.

Número típico
50 amigos – É o número de amizades mantidas pela maioria das pessoas, e também o tamanho médio dos agrupamentos humanos primitivos (como bandos de caça).

Limite
150 amigos – Máximo que o cérebro consegue administrar ao mesmo tempo. São as pessoas cujos nomes, rostos e características você consegue memorizar e acionar caso seja necessário.

terça-feira, 5 de junho de 2012

LUIS FERNANDO VERISSIMO - A agenda


Um homem chamado Cordeiro abre a agenda em cima da sua mesa de trabalho e vê escrito: "Comprar arma”. Ele não se lembra de ter escrito aquilo. Como tem agenda justamente para ajudá-lo a se lembrar das coisas, compra uma arma, mesmo não sabendo para quê. No dia seguinte, vê na agenda: "Marcar almoço com Rodrigues." Mais uma vez, não se lembra de ter escrito aquilo, nem tem qualquer razão para almoçar com o canalha do Rodrigues. Mas marca o almoço. Durante o qual ouve do canalha do Rodrigues a notícia de que pretende se afastar da companhia e vender sua parte ao canalha do Pires, que assim terá a maioria e mandará na companhia, inclusive no Cordeiro. Cordeiro insiste para que Rodrigues venda sua parte a ele e não ao Pires, mas Rodrigues ri na sua cara e ainda por cima não paga a sua parte no almoço. Naquela tarde, Cordeiro vê na sua agenda: "Matar Rodrigues. Simular assalto." E o dia e a hora em que deve acontecer o assassinato, sublinhados com força. E na mesma folha: "Providenciar álibi: lancha." Lancha? Cordeiro vira a página. Lá está o plano, meticulosamente detalhado. Sair com a lancha no domingo, assegurando-se de que todos no clube o vejam sair com a lancha, encostá-la em algum lugar ermo onde deixou seu carro no dia anterior, ir de carro até a casa de Rodrigues, matá-lo, jogar a arma fora, voltar de carro para a lancha e voltar de lancha para o clube, onde todos o veriam chegar como se nada tivesse acontecido. É o que faz. Na segunda-feira, Cordeiro arregala os olhos e finge estar chocado quando chega à firma e ouve do Pires a notícia de que houve um assalto no fim de semana e o Rodrigues foi baleado, e está morto. Pires revela que estava desconfiado de que Rodrigues iria vender sua parte na companhia a Cordeiro. Pretendia marcar um almoço para discutir o assunto com o canalha
do Rodrigues, mas no dia Rodrigues dissera que tinha outro compromisso para o almoço. Na saída do escritório, Pires diz que na última reunião dos três sócios tinha saído por engano com a agenda do Cordeiro e pergunta se por acaso o Cordeiro não ficou com a sua agenda. Ou então: Na segunda-feira, Cordeiro arregala os olhos e finge estar chocado quando chega à firma e ouve do Pires a notícia de que houve um assalto no fim de semana e o Rodrigues foi baleado, e está morto. Os dois marcam uma reunião para tratar do que fazer com a parte do Rodrigues, mas não chegam a um acordo e brigam. Naquele mesmo dia, Cordeiro vê escrito na sua agenda: "Incriminar Pires." É o que faz. Orientado pela agenda, consegue plantar pistas falsas e convencer a polícia de que Pires matou Rodrigues porque este pretendia vender sua parte na firma a Cordeiro. Com Pires afastado, Cordeiro assume o comando da firma e a faz crescer como nunca ― sempre seguindo as ordens da agenda, que não erra uma. Até que um dia a agenda lhe manda juntar todo o dinheiro em caixa na firma, vender o que for possível para levantar mais dinheiro e jogar tudo na bolsa. "Agora!", ordena a agenda. Cordeiro jogou na bolsa todo o dinheiro que tinha, o seu e o da firma. Foi na véspera da grande queda. Perdeu tudo. Quando consultou a agenda de novo, desesperado, sem saber o que fazer encontrou apenas a frase: "Quem entende a bolsa?”. 
E no dia seguinte: "Comprar arma”

VÍDEO: GEORGE BENSON - Ao Vivo - Breezin – Smooth jazz


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KEN NAVARRO - Smooth Sensation – Smooth jazz

Leitor do CULT CARIOCA é VIP na DRACENA HOME:
No momento de sua compra diga que é nosso leitor 
e receba um brinde especial.  

VÍDEO: ACOUSTIC ALCHEMY - Missing your touch – Smooth Jazz


sexta-feira, 1 de junho de 2012

VÍDEO: NORAH JONES - Show Completo - Live Amsterdam 2007




VÍDEO: DIANA KRALL - Show Completo - Live at Union Station

VÍDEO: ENTREVISTA COM CARL JUNG - Legenda em Português

Parte 01

Parte 02

 Parte 03

 Parte 04




VÍDEO: A VIDA E OBRA DE ALBERT EINSTEIN - Documentário dublado




Clique abaixo, leia e veja também:








CULT MOVIE: TROPA DE ELITE 1




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CULT MOVIE: TROPA DE ELITE 2 - O Inimigo agora é outro




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CULT MOVIE: CENTRAL DO BRASIL - O Filme




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