terça-feira, 24 de junho de 2014

VÍDEO - JIM CARREY - Um pequeno discurso e uma grande lição de vida

Se você acha que o Jim Carrey é apenas um cara engraçado, espere até ver esse vídeo. Ele foi convidado para fazer o discurso de formatura de uma turma da Maharishi University. O que ele falou não surpreendeu e encantou a todos com uma grande lição de vida.






segunda-feira, 23 de junho de 2014

PONTO ZERO - Dicas de Cariocas do que fazer no Rio durante a Copa



SALMAN RUSHDIE - carta para Deus

 Caro Deus,

Se Você existe, e se é como O descrevem — onisciente, onipresente e, acima de tudo, onipotente —, com certeza não irá tremer em seu assento celestial ao ser confrontado por um simples livro [“Os Versos Satânicos”] e seu escrevinhador, não é? Os grandes filósofos muçulmanos com frequência discordam em relação à Sua relação precisa com os homens e os atos humanos.

Ibn Sina (Avicena) argumentava que Você, por estar muito acima do mundo, limitava-se a tomar conhecimento dele em termos muito gerais e abstratos. Ghazali discordava. Qualquer Deus “aceitável ao islã” conheceria em minúcias tudo o que acontecesse sobre a superfície da terra e teria uma opinião a respeito.

Bem, Ibn Rushd não aceitava isso, como Você há de saber se Ghazali estivesse certo (e não saberá se quem tivesse razão fosse Ibn Sina ou Ibn Rushd). Para Ibn Rushd, a opinião de Ghazali tornava Você muito parecido com os homens — com os homens com suas discussões tolas, suas dissensões mesquinhas, seus pontos de vista triviais. Imiscuir-se nos assuntos humanos estaria abaixo de Você, e O diminuiria. Por isso, é difícil saber o que pensar.

Se Você é o Deus de Ibn Sina e Ibn Rushd, nesse caso nem sabe o que está sendo dito e feito neste exato momento em seu nome. No entanto, se Você é o Deus de Ghazali, e lê os jornais, vê a TV e toma partido em disputas políticas e até literárias, não acredito que pudesse fazer objeções a “Os Versos Satânicos”, ou a qualquer outro livro, por mais ignóbil que fosse. Que espécie de Todo-Poderoso poderia se deixar abalar pela obra de um homem? Ao contrário, Deus, se porventura Ibn Sina, Ghazali e Ibn Rushd estivessem todos errados e Você não existisse, também, nesse caso, Você não teria problemas com escritores e com livros.

Chego à conclusão de que minhas dificuldades não são com você, Deus, mas com Seus servos e seguidores no mundo. Uma famosa romancista me disse, certa vez, que tinha parado de escrever ficção durante algum tempo porque não gostava de seus admiradores. Fico a me perguntar se Você compreende a posição dela. Obrigado por Sua atenção (a menos que não esteja prestando atenção: Veja acima).



quinta-feira, 12 de junho de 2014

AMANTES - Edmir Silveira

                                                             Pintura de Dhiego Rocha


E o toque acendeu um sol, dois sóis
Quentes, atraentes, penetrantes,
Somando-se num calor ardente, pendente, arfante

Tua pele linda, arrepiada, sussurrante
Atraindo, exalando teu perfume provocante
Fêmea nua, natureza dominante

Eu sinto a carne, quente, úmida e envolvente
Que vai sugando, atraindo, me desejando urgente,
Despertando o desejo de te completar inteira, 
em cada poro, em cada arfar, em cada instante.

Teu ar, meu ar, arfante, dentro, fora, enebriante
Somos insanos, alucinados, delirantes,
Cabendo  todo em teu espaço, latejantes
Somos a vida, somos amor, somos amantes.




ARTUR DA TÁVOLA - Dia dos Namorados

Já é Dia dos Namorados, e a seguir, onde escrevi "namorado", leiam também "namorada", pois me refiro ao estado de "enamoramento", seja homem ou mulher. 

Namorado (ou namorada) é:
um estado especial, uma espécie de vertigem com gosto de chegada à lua misturado com refresco de pitanga; nossa melhores expectativas; a fôrma do nosso exato modelo; o cheiro e gosto de pele das indefiníveis atrações vindas não se sabe de que encarnações;

É o estado de sentir antes de qualquer encontro todas as suas descobertas, mesmo as impossíveis, pouco importa se entre casados, solteiros, noivos, viúvos ou namorados mesmo; no trono dourado de uma fantasia, lembrança, amargura, saudade doce, breve recordação ou vivência nunca morta; feixes de luz.

São as luzes das partes nossas que nunca alcançamos; das vontades que não satisfizemos nem satisfaremos; dos sentimentos que jamais envelheceram; dos sonhos que negam-se a apagar, porque deles se nutre nossa a ânsia de viver, num mundo onde os namoros são a prova de que as pessoas estão ávidas para o encontro mais profundo com o que são e gostariam de trocar.

Namorado não é quem assim se denomina, como se namorar fosse o começo de uma escala hierárquica que depois continua com noivado e casamento. Namorado é o noivo, o marido, o amante, o tímido desejoso, o fiel impossibilitado, o infiel aturdido, o frustrado, o reprimido, sempre que neles se riscar o fósforo da verdade e acender a luz de sua vontade.

Namorado é o ser humano em estado de amor. 

 

DESEJO – Patrícia Azevedo

Lençóis de seda na cama 
Sobre o fino véu
Rasga o céu infinito
Brisa no ar
Esvoaça véu

Envolvida

Nos contornos malicia
Movimentos em curvas
Silhuetas 
Pulso de garras firmes

Seduzida

Delicados caminhos entreabertos
Rega água
Escorre gotas
Derretimento em pulsão 
De solo fértil

Entregue

Cavidades completas em novas formas
Ondas pulsantes
Em mar revolto
Transbordamento ofegante
Lambuza mel

Possuída




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FELIZ DIA DOS NAMORADOS - Clara Braga

12 de junho, Dia dos Namorados. Dia esse que pode ser tão bom quanto controverso. Me divirto observando as diferentes atitudes das pessoas nesse dia que tem tudo para ser apenas mais um dia comum. Digo dia mas poderia facilmente dizer semana, pois desde a semana passada já podia ver pessoas celebrando e pessoas reclamando da data que estava para chegar, mas a verdade é que é difícil encontrar quem seja indiferente a essa data, mas por que será que ela é tão controversa assim?

Hoje, levantei super cedo para poder fazer uma surpresa para o meu namorado, assim como minha mãe que também acordou cedo para entregar um presente para o meu pai antes dele sair para o trabalho e tomar café da manhã junto com ele. Já meu pai foi apressadinho, entregou o presente ontem, só não foi mais apressado que meu namorado que entregou o meu quinta-feira passada. Enquanto isso meu irmão está agora no shopping comprando um presente de última hora.

Aqui em casa todos estão mobilizados pela data, cada um à sua maneira, mas todos achando bom o dia, com esse sentimento bom de poder celebrar o fato de ter uma pessoa que você ama ao seu lado. E posso dizer que aqui sempre foi assim, até mesmo quando não se tinha com quem comemorar a data.

Eu, dos quatro que moram aqui, fui a que menos tive alguém comigo nessa data, mas nunca deixei isso abalar o meu dia. Quando era menor, aproveitava o dia que foi inventado para fazer com que os casais saiam da monotonia da rotina e demonstrem amor e carinho um pelo outro para sair da rotina também. Juntava minhas amigas solteiras em casa, comprávamos sorvete, chocolate, pipoca, balinhas, só coisas gostosas que não engordam quando você come solteira no Dia dos Namorados, e passávamos a tarde assistindo a filmes românticos e fazendo a mesma coisa que os casais fazem, suspirávamos por amor, que não era o nosso, mas não tinha problema.

Nos divertíamos sem problema algum, sem criticar ninguém, sem achar ruim a data. E ainda tínhamos coragem de admitir que sentíamos uma pontinha de inveja daquela menina que recebeu um buquê de flores. E para mim, com todo respeito a quem não gosta dessa data, mas admitam, essa atitude de ficar criticando para quem quiser ouvir, colocando no facebook que não passa de uma data para o comércio lucrar, não é um pouquinho de inveja de quem está curtindo o dia apaixonado? Vai dizer que quando você tiver alguém ao seu lado você também não vai comprar um presentinho legal?

A verdade é que Dia dos Namorados é igual a Dia dos Pais e Dia das Mães, é dia de celebrar e comemorar o amor, o amor único de uma mãe, o amor único de um pai e o amor único de uma paixão. Mas acreditem, com certeza é muito pior não ter mãe ou pai no Dia dos Pais ou no Dia das Mães do que não ter namorado no Dia dos Namorados, até porque se você não tem namorado hoje, ano que vem pode ser diferente, já mãe e pai não é bem assim e nem por isso ouvem-se tantas reclamações nesses dias...

Pensem nisso antes de reclamarem de datas comemorativas. Quem não gosta é só ser indiferente e viver o dia como outro qualquer, ou inventar sua própria forma de comemorar.

Usem a criatividade e tenham um feliz Dia dos Namorados.

DIA DOS NAMORADOS SEM NAMORADO(A) - Ângela Maria Monnerat

Neste período que antecede o Dia dos Namorados, o território da mídia que nos sustenta é invadido por cascatas e cachoeira. De sugestões pra presente, programas, dicas de restaurantes. Não bastasse ser devidamente molestada pela publicidade, a legião dos sem par é denunciada na praça pública da grande festa. Se você não tem um parceiro pra dividir o jantar romântico, o motel – ou o cobertor, no sofá, diante da tevê – vai se sentir um alienígena. 

Como humilhação pouca é bobagem alguns posts do contingente feminino anunciam nas redes sociais: “Alugo-me para o Dia dos Namorados, dou beijo na boca, tiro foto , falo que amo”. 
Como bizarrice pouca também é bobagem, surge a réplica na advertência: “Pare de postar porque se nem de graça te querem, imagine pagando”.

Na brincadeira, há uma tentativa de pesquisar o ibope pessoal, um “vamove se cola”? Não se sabe, mas a glamourização da data vem ganhando terreno e instituindo uma nova ordem, quase decreto: não ter parceiro é politicamente incorreto.  Nesse caso a oferta citada, poderia ser, sim, uma proposta coerente, uma solução genérica, à altura da imposição. Se o apelo por um namorado fictício denuncia a patologia do indivíduo, a extensão da massa rendida à manipulação dos formadores de opinião - impositores de estilos  de vida -  é  um alerta de epidemia. 

Salvam-se os alternativos que não entram no jogo da sedução publicitária, e que, embora sem uma cara metade pra completar a foto, não se recolhem aos guetos na suave noite dos bem-acompanhados. Ao contrário, se organizam em bandos e partem para beber e filosofar na mesa de algum restaurante ao lado de algum casalzinho. Eles exercitam a independência dos padrões e do reconhecimento alheio pra obter autoestima. Refletem, desenvolvem a humildade e buscam ser amigos de si próprios. Essa turma se prepara para o namoro, namorando-se primeiro.


quarta-feira, 11 de junho de 2014

AMAR E SER FELIZ - Edmir Silveira

Nos primeiros dias do ano, caiu-me nas mãos, presenteado por uma amiga, um livro. Eu não a conhecia antes, e essa amiga passou tão rápido na minha vida, que acho que a função dela era só me dar esse livro. Como uma fada que a vida manda pra gente com a única função de nos fazer algum bem.
Ela me fez prometer que o leria.

Pois é, não é que o livro realmente me impressionou como há muito não acontecia?

Me identifiquei profundamente. Trata-se da transcrição de uma palestra do filósofo francês contemporâneo André Comte-Sponville. O nome do livro é Felicidade, desesperadamente. Ele faz um passeio pela história da filosofia e utiliza as vários correntes filosóficas para apoiar seu próprio raciocínio.

O livro me fez compreender o que sempre pensei e nunca havia conseguido enunciar e entender daquela forma tão clara e óbvia.

A identificação com a condução do assunto proposta pelo escritor foi completa. A primeira coisa que o livro me fez ver, é que eu havia, finalmente, compreendido o que é amar de verdade. Não de verdade no sentido de intensidade, mas no sentido de profundidade e amplitude. E, também, no sentido da ação.

O verdadeiro amor desperta nosso lado melhor. O lado mais humano, amigo, parceiro. Temos vontade de fazer coisas que façam o outro feliz. E, por causa dessas nossas atitudes bonitas para com o ser amado, nos vemos mais bonitos. Nossa autoestima aumenta, o que nos faz amar o amor que sentimos pela outra pessoa. E esse ciclo se fecha ao sermos retribuídos e, por isso, amamos ainda mais a pessoa que nos faz sentir todo esse prazer de viver. 

 E, que aumenta na medida em que transformamos esse amor em atitudes, nos fazendo capazes de sentir felicidade pela felicidade do outro, prazer pelo prazer do outro. Nesses momentos conseguimos ser verdadeiramente felizes.
Cada um do seu jeito, com as suas verdades. Unidos apenas pela felicidade de estar junto. Pela alegria e o prazer que o amor proporciona.

Mas, a felicidade não existe para o amor dos imaturos, do desejo egoísta que quer o objeto porque não o tem. Do que quer a posse, o controle, quer o poder de manipular o outro através dos sentimentos. Este, está condenado a ser infeliz .
É esse pensamento imaturo que ainda sustenta a formalidade dos antigos modelos de casamento e suas subformas como uma meta de vida para a maioria.

O amor de verdade trás com ele a possibilidade real de felicidade. Ele nos faz sentir amor apenas com a simples idéia de que a pessoa amada existe. E que, também, nos ama. Mesmo que não estejamos naquele momento fisicamente próximos. A simples idéia da existência do outro já é razão de sentir alegria.

Não existe sentimento de posse. Existe desejo. Não existe obrigação. Existe vontade. Cada encontro acontece porque o desejo impulsionou. Porque trás prazer, felicidade. Trás alegria, amor.

O prazer de se sentir o objeto de desejo do nosso objeto de desejo é indescritível, é o momento mais mágico da vida. É a felicidade verdadeira.

O amor sem posse, apenas pela alegria de amar e de sentir prazer com o prazer do outro e felicidade com a felicidade do outro.

SE ME AMA, DEIXE-ME LIVRE!

...O Bem Amado diz a Bem Amada: ‘Vá! Vá para você mesma!’

 Amar alguém não é somente lhe dizer: ’Venha, torne-se como eu, seja como eu sou’,
pois isto é a redução do outro ao seu igual.

Mas o amor diz: ‘Vá, torne-se um outro, seja o que você é;
 e quando você se tornar o que é poderemos, em verdade, nos encontrar.”

Tirei esse trecho do livro de Jean-Yves Leloup, Uma Arte de Amar para os Nossos Tempos, para fazermos uma reflexão sobre o que é o amor.
Mês dos namorados, das festas juninas, do calor das fogueiras, dos abraços e dos beijos. Jean-Yves fala que beijar alguém é estar à escuta do sopro que lhe é comum sem perder minha identidade. E isso, é muito diferente de sermos a metade que faltava no outro. Não somos parte para precisarmos de uma metade. Somos inteiros. Se no relacionamento deixo de ser eu mesmo para estar com o outro, esqueço quem eu sou.

Percebo que muitas pessoas quando se relacionam deixam de lado o que gostam, abrem mão dos desejos e dos sonhos mais caros. Abrem mão de tantas coisas que acabam se perdendo no caminho. Perder nossos desejos é como abrir mão da nossa alma. No início pode até parecer que é isso que o outro quer, mas com o tempo o relacionamento perde o encanto. Relacionamento é uma dança de dois. Se um deixa de existir acaba a relação.

Amar é querer a liberdade do outro. A relação de um amor verdadeiro é o encontro de duas liberdades. Eu amo e sou amado se posso estar ao lado do outro sendo quem eu sou. Simplesmente porque essa é a única possibilidade: Ser quem eu sou. Jean-Yves coloca que: “Amar alguém é corá-lo, é conduzi-lo à sua completude, pois só entre dois seres completos e inteiros pode existir uma verdadeira aliança.”

Colocar uma aliança na mão do outro com o nosso nome não quer dizer que o outro, a partir daquele momento, se torna nosso, nossa propriedade. Muito pelo contrário, simboliza que essas duas vidas estão caminhando juntas com o compromisso de um ajudar ao outro a se desenvolver. Nós só crescemos e evoluímos no encontro. Certamente, isso não é uma tarefa fácil. É um aprendizado a ser conquistado a cada momento durante toda vida.

Leloup comenta que demoramos um minuto para coroar alguém, mas toda uma vida para permitir-lhe florescer. Acho preciosa essa analogia. E assim, podermos juntos contemplar o florescimento do outro. Então quando oferecer flores à pessoa amada ofereça também florescimento, liberdade.
Acredito que estamos nessa vida para nos encontrar. E nesse mês dos namorados desejo à você, antes de tudo, um encontro com você mesmo. E certamente isso possibilitará um lindo encontro verdadeiro com o outro.
P/ Lydia Joffily - Psicóloga






quinta-feira, 5 de junho de 2014

terça-feira, 3 de junho de 2014

CULT MPB - LIDI SATIER & CLAUDIO VENTURINI - Em algum lugar