terça-feira, 11 de junho de 2013

FALAR DE SI MESMO É MAIS PRAZEROSO QUE GANHAR DINHEIRO

Descrever as próprias experiências ativa 
os circuitos de recompensa do cérebro 
de forma tão intensa quanto comer ou fazer sexo

Estudos mostram que cerca de 40% do tempo que uma pessoa passa falando é sobre ela mesma. Agora, imagens do cérebro registradas por neurocientistas da Universidade Harvard mostram que o prazer de falar de si chega a superar o de ganhar dinheiro. Os pesquisadores Diana Tamir e Jason Mitchell usaram a ressonância magnética (MRI) para observar a atividade neural de 195 voluntários com idade entre 18 e 27 anos. Eles descobriram que, quando os jovens falavam sobre aspectos de sua personalidade, os caminhos neurais que são acionados diante de algo muito prazeroso – conhecidos como sistema de recompensa ou mesolímbico dopaminérgico – se mostravam muito mais ativos que quando julgavam opiniões e personalidade dos outros.

Em outro experimento, Diana e Mitchell pediram que os voluntários respondessem a perguntas que pertenciam a uma destas três categorias: suas próprias preferências e aversões; o que achavam que o presidente Barack Obama gostava ou não; fatos triviais. Eles ganharam entre 1 e 4 centavos de dólar por questão, sendo a primeira categoria, que convidava a falar de si, a que valia menos dinheiro. Obviamente, a maioria optou por opinar sobre a vida de Obama ou discorrer sobre banalidades – mas quase todos responderam ao menos uma questão sobre si mesmos. Em média, abririam mão de ganhar entre 54 e 63 centavos a mais para poder falar de si.

Isso significa que somos essencialmente egocêntricos? Os pesquisadores esclarecem que não. “Aprendemos desde cedo que falar de si é um meio de nos aproximar do outro, o que também causa prazer. Compartilhar experiências e emitir opiniões é muitas vezes a maneira que encontramos para garantir a coesão social e tendemos a preservar esse comportamento”, diz Diana.


 

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