quinta-feira, 10 de maio de 2012

THALITA REBOUÇAS - Uma descarga de criatividade

Na próxima vida, está decidido: vou gostar de berinjela, saberei fazer mais que ovo frito e pipoca de microondas e serei arquiteta de banheiros. Sou meio aficionada pelo assunto banheiro, confesso. E me sinto entendida, apta a opinar, criticar, desenvolver uma extensa conversa sobre o tema. Então vamos lá!

A verdade é que muitos banheiros têm me irritado ultimamente. Tudo bem um banheiro querer ser mais que um banheiro, querer ser um banheiro memorável, um banheiro tchanã. Mas, por mais moderninho, fofinho e descoladinho que seja… banheiro é banheiro! Pode até ser lindo, mas tem que ser prático (palavra fundamental quando o assunto é banheiro) e ter a luz boa pra gente se achar deusa na frente do espelho. Só isso.

Mas os arquitetos parecem não concordar comigo. Por exemplo, quem inventou som ambiente para banheiros? Desconcentra, povo! É passarinho piando, é cítara superzen, é barulho de mato, é lounge modernoso… Para! E banheiro que fala? Pensa que não existe? Em São Paulo, uns meses atrás, fui a um que me deu boas-vindas. Levei um susto, parei os trabalhos na hora e saí correndo. Eu lá sou mulher de bater papo com banheiro? Era só o que faltava!

Outro banheiro que me irrita é o que tem cheirinho. Ô, gente, não inventa de botar cheirinho de florestinha falsa nos banheiros! É enjoativo, é desnecessário, é… é ruim! Também não suporto banheiros rudes, que me deixam no breu. De repente, do nada, a luz se apaga. É como se ele dissesse: “ok, seu tempo acabou. Próximooo!”. Resumindo: é um banheiro agressivo, um banheiro mal-educado, um banheiro sem coração. Cadê a delicadeza, povo? É o usuário do banheiro que decide a hora de sair. Mais que isso: é o xixi do usuário do banheiro. Sem contar que me sinto ridícula balançando os braços na escuridão, como se estivesse fazendo uma “hola”, para que a luz volte. Tudo bem, temos que economizar energia, mas não estamos participando de um campeonato mundial pra consagrar o dono do xixi mais rápido.

Ah, tem uma coisa que eu acho linda: não precisar tocar em descargas e torneiras. Pedal é tudo na vida de um ser humano. É limpinho. É higiênico. É chique. É luxo. Mas os avisos de que o banheiro em questão tem pedal deveriam ser colocados, em letras GARRAFAIS, em um lugar onde as pessoas consigam ler assim que entram. Caso contrário a gente fica feito idiota procurando a torneira da pia e a descarga. E se sente idiota quando lê o tal aviso. E mais idiota por não ter lido antes. E sai do banheiro irritado. E com cara de idiota, o que é pior.

Outra coisa: nada me faz sentir mais estúpida do que ficar parada em frente a duas portas, tentando decifrar qual símbolo-maluco-de-artista-badalado determina qual banheiro é o feminino. Na boa, um H de Homem e um M de Mulher não fazem feio. Juro!

Enfim, banheiro é banheiro. Nota 10 para os bem iluminados, com proteção de plástico que gira no vaso (ou aquele papel para forrar, tanto faz), papel higiênico macio (ralador de bunda neeem pensar!) e bem posicionado, ao lado ou na frente do vaso, nada que exija contorcionismo e… voilà! Eis um banheiro bacanudo. Menos é mais. Como diriam meus leitores adolescentes, menos é mais messssmo.


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