terça-feira, 4 de dezembro de 2012

DÁ PARA CONCILIAR TRABALHO E AMOR? - Solange Bittencourt Quintanilha

Os conflitos dos relacionamentos na busca do equilíbrio da vida profissional com a vida pessoal são mais comuns do que se imagina, porque não é nada fácil encontrar esse ponto ideal. É um novo momento, um novo arranjo familiar, onde marido e mulher trabalham correndo atrás da sobrevivência.

No passado, as mulheres desejaram e lutaram para adquirir também uma realização profissional, mas hoje, sentem o quanto é difícil dar conta de tantas exigências e atribuições: casa, trabalho, marido e filhos...

Muitas pensam em desistir ou desistem da profissão por pressão dos seus companheiros. É uma atitude que deve ser bem pensada, pois além da possibilidade de elas vivenciarem uma frustração futura, isso pode afetar bastante o relacionamento. Elas podem sentir mágoas e raiva do seu companheiro, além de responsabilizá-lo amanhã por terem abandonado seus anseios. Na verdade, nenhuma relação tende a dar certo mediante imposições.

Vivemos em tempos de mudanças rápidas, de dinamismo, aceleração, informação em excesso, cortes e enxugamentos nas empresas em nome da competitividade, tantos estímulos digitais... Isso não mudará.

Precisamos lembrar que “o mundo não vai acabar hoje” e não devemos permitir que a ansiedade em relação ao trabalho, sufoque os outros aspectos também tão vitais na nossa vida.

Algumas profissões exigem uma dedicação tão grande, que o tempo fica muito curto para se poder dedicar a outras atividades. O sucesso exige quase sempre uma jornada mais intensa, diminuindo o tempo de convívio do casal e muitas vezes comprometendo a qualidade da vida a dois.

Além de o fator tempo trazer a questão do quanto um tem de disponibilidade para o outro, alguns sentimentos podem surgir, como ciúmes, inveja, competições...

Se procurarmos ver dentro de nós, com toda sinceridade ,que sentimentos prejudiciais estamos experimentando, teremos mais chance de refletir sobre eles e tentar evitar tomar alguma atitude por impulso, que poderíamos nos arrepender depois.

Somos incentivados a traçar planos de carreira, mas não nos ensinaram a traçar planos de vida. Vamos colocar nossos desejos profissionais e pessoais numa balança, e avaliar as nossas reais prioridades.

É importante que não deixemos de lado nossa afetividade, carinho, cuidado um com o outro, já que o amor tem muita importância para todos nós. Devemos cuidar das nossas necessidades, e permitir que nosso par conheça tudo aquilo que é importante para nós, ao invés de nos colocarmos numa posição de que o outro tem que adivinhar.

Encontrar tempo nas nossas agendas e usar nossas energias para namorar, brincar, ter prazer. Além disso, quem tem vida pessoal, vida amorosa e sexual, produz melhor profissionalmente.

Em vez da disputa, da competição, do tipo, quem ganha mais, qual é o trabalho mais importante, vamos ser parceiros, juntando forças, sonhos, ideias de como viver melhor. Vamos criar um vínculo com muita cumplicidade, de modo que um também incentive e colabore com a carreira do outro. Demonstrar admiração é um instrumento que propicia muita união num casal.

Quem ama verdadeiramente quer que o parceiro evolua e, naturalmente, compartilhe suas vitórias.

Se formos empáticos, ou seja, se nos colocarmos no lugar do outro, fica muito mais fácil acertar e fazer acordos.

Pode não ser fácil, mas se quisermos, podemos procurar equilibrar carreira e amor, pois ambos são importantes para a nossa realização plena.

Solange Bittencourt Quintanilha, Psicóloga Clínica, Médica, Hospitalar e Motivacional
E-mail : solangepsi8@gmail.com

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